Pensar numa São Paulo sem cinema é como pensar nela sem carros, buzinas, gastronomia, pessoas.

A cidade cresceu ramificando seus tentáculos na arte e claro, o cinema não poderia ficar de fora uma vez que, considerado a sétima arte, tornou-se uma tradição no meio familiar.
Quem não tem em suas memórias, tardes felizes na matinê, assistindo seu ídolo preferido?

Quem não paquerou nas filas do cinema, iniciou um namoro através de uma ida ao cinema?
A maioria dos casais tem seu filme favorito por lembrar passagens do romance iniciado.

Qual garota em sua adolescência não teve uma paixonite aguda por ídolos de Hollywood? James Dean, Cary Grant, Montgomery Cliff, Elvis Presley, e tantos outros que fizeram muitas perderem horas de sono, sonhando acordadas com eles.

E o que falar dos rapazes então? Infinitas e inesquecíveis musas surgiram nas telas desde o invento do cinema mudo.
Femmes fatales com seus olhares de derreter o maior dos icebergs e com suas bocas carmins delineadas para a atração fatal.
A partir dos anos de 1910, representado muito bem pela figura sensualíssima de Theda Bara, passando por Clara Bow, Marilyn Monroe, a bela Louise Brooks, a estupenda Jane Fonda, o biquinho doce da Brigitte Bardot. Foram tantas a habitar os sonhos dos jovens, sem falar das atuais musas que ainda passeiam pelas mentes e corações masculinos.
A cidade de São Paulo vivenciou tudo isso em seu crescimento urbano. O cinema se consolidou na cidade passando a fazer parte das suas entranhas urbanas e sentimentais.
E eis que em plena década efervescente dos anos 50, quando o cinema norte-americano estava em alta, tanto lá em terras do Tio Sam quanto cá, em Terras Tupiniquins, um homem sonhador trouxe o cinema de arte para se consolidar na cidade que nunca para:
Dante Ancona Lopez.