Por Antonio Ricardo Soriano
O documentário teve sua estreia no
É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários 2017, com exibições em São Paulo e Rio de Janeiro.
Estive presente na última exibição em São Paulo, em 30/04/2017, com a presença de Amir Labaki (fundador e diretor do festival), Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli (diretores do documentário) e do Sr. Francisco Teles, proprietário do Cine São Paulo e personagem central do filme.
A sessão lotou a Sala Paulo Emílio Salles Gomes, no Centro Cultural São Paulo e o documentário foi muito bem recebido e aplaudido pelo público presente.
Cine São Paulo ganha força ao captar o essencial
Por Cássio Starling Carlos
Crítico, curador, pesquisador e professor de história do audiovisual.
Sonhos, paixões, perdas, confrontos e, ocasionalmente, conquistas fazem parte da vida de todo mundo. Também são ingredientes comuns aos filmes. Não por acaso, o cinema se tornou a arte mais popular já inventada.
"Cine São Paulo" usa esse material para contar a história do proprietário de uma sala de cinema centenária em Dois Córregos, no interior paulista.
'Seu Chico', como os diretores Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli apresenta sem muita reverência o protagonista, luta para reabrir a sala, construída em 1910, comprada pelo pai dele em 1940 e, mais tarde, mantida por ele com a ajuda da esposa e dos filhos.
A justiça determinou o fechamento do espaço, que não mais cumpre as condições mínimas de segurança, e o dono junta suas economias para levar a cabo uma reforma cara.
Aos 72 anos, 'Seu Chico' precisa ainda convencer a esposa de que o investimento não é uma aventura de velho teimoso, um apego ao passado que se foi.
Os projetores ficaram ultrapassados, a estrutura elétrica está obsoleta, e a sala precisa de diversos itens de segurança. Pior, o público tem como ver filmes até em telas de celular.
'Seu Chico' revela, nas primeiras cenas, um sonho recorrente. Diz que entra no cinema, encontra tudo no lugar, mas os projetores não estão mais lá. "Tenho de marcar uma reunião com Freud", pensa em voz alta.
Como dono da sala, seu papel principal era o de projecionista, um trabalho estafante e nada fascinante para alguém que não despista a paixão maior pelo cinema.
As anotações num livro de registros sobrepõem datas importantes, como a do nascimento de 'Chico' e o início de seu namoro, aos títulos dos filmes que estavam sendo exibidos naqueles dias. As memórias pessoais evocam os momentos de apogeu e de decadência da sala. Um precioso registro em vídeo revela como 'Chico' se vê na imagem.
Nesse relato que confunde vida e cinema, "Cine São Paulo" ganha força ao captar o essencial, o combustível que move seu personagem, evitando, desse modo, diluir-se em banalidades ou só focalizar o edificante.
Sua qualidade não resulta apenas da história pronta para seduzir cinéfilos de todas as idades, mas da combinação de drama, suspense, uma boa cena de conflito e fartas doses de empatia. Sem esquecer que pouca gente resiste a um final feliz.
'Cine São Paulo' vence prêmio de melhor documentário no festival de Biarritz, na França.
Clique aqui para ler o texto de Daniella Franco, publicado em 01/10/2017.
Clique aqui para ver o vídeo da premiação.
Fotos da exibição realizada em 30/04/2017, às 20hs, na Sala Paulo Emílio Salles Gomes, do Centro Cultural São Paulo :
O documentário teve sua estreia no
É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários 2017, com exibições em São Paulo e Rio de Janeiro.
Estive presente na última exibição em São Paulo, em 30/04/2017, com a presença de Amir Labaki (fundador e diretor do festival), Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli (diretores do documentário) e do Sr. Francisco Teles, proprietário do Cine São Paulo e personagem central do filme.
A sessão lotou a Sala Paulo Emílio Salles Gomes, no Centro Cultural São Paulo e o documentário foi muito bem recebido e aplaudido pelo público presente.
Cine São Paulo ganha força ao captar o essencial
Por Cássio Starling Carlos
Crítico, curador, pesquisador e professor de história do audiovisual.
Sonhos, paixões, perdas, confrontos e, ocasionalmente, conquistas fazem parte da vida de todo mundo. Também são ingredientes comuns aos filmes. Não por acaso, o cinema se tornou a arte mais popular já inventada.
"Cine São Paulo" usa esse material para contar a história do proprietário de uma sala de cinema centenária em Dois Córregos, no interior paulista.
'Seu Chico', como os diretores Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli apresenta sem muita reverência o protagonista, luta para reabrir a sala, construída em 1910, comprada pelo pai dele em 1940 e, mais tarde, mantida por ele com a ajuda da esposa e dos filhos.
A justiça determinou o fechamento do espaço, que não mais cumpre as condições mínimas de segurança, e o dono junta suas economias para levar a cabo uma reforma cara.
Aos 72 anos, 'Seu Chico' precisa ainda convencer a esposa de que o investimento não é uma aventura de velho teimoso, um apego ao passado que se foi.
Os projetores ficaram ultrapassados, a estrutura elétrica está obsoleta, e a sala precisa de diversos itens de segurança. Pior, o público tem como ver filmes até em telas de celular.
'Seu Chico' revela, nas primeiras cenas, um sonho recorrente. Diz que entra no cinema, encontra tudo no lugar, mas os projetores não estão mais lá. "Tenho de marcar uma reunião com Freud", pensa em voz alta.
Como dono da sala, seu papel principal era o de projecionista, um trabalho estafante e nada fascinante para alguém que não despista a paixão maior pelo cinema.
As anotações num livro de registros sobrepõem datas importantes, como a do nascimento de 'Chico' e o início de seu namoro, aos títulos dos filmes que estavam sendo exibidos naqueles dias. As memórias pessoais evocam os momentos de apogeu e de decadência da sala. Um precioso registro em vídeo revela como 'Chico' se vê na imagem.
Nesse relato que confunde vida e cinema, "Cine São Paulo" ganha força ao captar o essencial, o combustível que move seu personagem, evitando, desse modo, diluir-se em banalidades ou só focalizar o edificante.
Sua qualidade não resulta apenas da história pronta para seduzir cinéfilos de todas as idades, mas da combinação de drama, suspense, uma boa cena de conflito e fartas doses de empatia. Sem esquecer que pouca gente resiste a um final feliz.
'Cine São Paulo' vence prêmio de melhor documentário no festival de Biarritz, na França.
Clique aqui para ler o texto de Daniella Franco, publicado em 01/10/2017.
Clique aqui para ver o vídeo da premiação.
Apresentação do festival por seu fundador, Amir Labaki |
Sr. Francisco Teles (proprietário do Cine São Paulo) e sua esposa |
Amir Labaki e os diretores Felipe Tomazelli e Ricardo Martensen |
Amir Labaki, Sr. Francisco Teles e esposa, e os diretores do documentário |
Amir Labaki, Sr. Francisco Teles e esposa, e os diretores do documentário |