Artigo do periódico semanal "Cine Reporter", de 02/07/1960:
Recebe o Sr. Paulo Sá Pinto a Medalha
Recebe o Sr. Paulo Sá Pinto a Medalha
"Marechal Rondon".
No cine Comodoro, desta Capital, o conhecido exibidor paulista é homenageado, publicamente, pela Sociedade Geográfica Brasileira.
Entre as muitas personalidades brasileiras que hoje ostentam a Medalha "Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon", conferida pela Sociedade Geográfica Brasileira, entidade de reais méritos cívicos e culturais, inclui-se também um cinematografista dos mais conceituados: Paulo Sá Pinto.
Para nós de Cine Reporter é sempre motivo de satisfação falar de Paulo Sá Pinto e toda vez que a missão de jornalista nos leva a escrever sobre ele, devemos fazer referências à sua lhaneza de trato ("que expressa sinceridade"), seus inegáveis dotes de cavalheiro e principalmente sua dedicação ao ramo de negócio que o alçou em pouco tempo para um dos postos principais da empresa que leva seu nome e que é, indubitavelmente, uma das conquistas mais caras da cinematografia brasileira, principalmente da cinematografia bandeirante.
A Empresa Paulo Sá Pinto com que costumamos designar as empresas cinematográficas "Sul" e "Paulista", nestes últimos anos, vem experimentando uma evolução em ponto grande e a devem a esse dínamo de trabalho e descortínio ("perspicácia") comercial que é Paulo Sá Pinto. Por outro lado, o público muito lhe deve pelas magníficas casas de espetáculos que ele soube plantar em solo paulista, dotando a nossa Capital de cinemas que o honram como grande centro de diversões da América do Sul, além de ser, como é lugar comum dizermos sempre, a Capital do cinema do Brasil. De há muito São Paulo tomou a dianteira e é em suas principais artérias que estão plantados os cinemas dignos de maior menção. Muitos desses cinemas nasceram da inspiração e do espírito de iniciativa desse moço que é Paulo Sá Pinto, que entrou para a cinematografia com a chama sagrada de um ideal que os anos mais solidificam. Hoje, ao olhar para trás, ele pode ver, com orgulho, que foi semeado ao longo do caminho percorrido, cinemas que procurados por um público incalculável, cumprem sua missão de entreter.
Toda a obra de Paulo Sá Pinto, dentro e fora da cinematografia, tem sido também a de semear boas amizades. No próprio cinema nacional ele conta com admiradores certos que ainda confiam no muito que ele pode fazer em prol de nossa cinematografia no ramo da produção. Embora suas iniciativas nesse setor sejam esporádicas, sempre há que acentuar o valor da bilheteria e mesmo artístico das películas que contaram com sua participação direta. E um dos últimos trabalhos do gênero foi bem uma demonstração de que Paulo Sá Pinto é um produtor nato e bem quisermos que ele prosseguisse nesse setor de atividade. Todos estão lembrados do sucesso artístico e de bilheteria de "Ai vêm os cadetes", o filme produzido por Paulo Sá Pinto e realizado por Primo Carbonari, o homem que descobriu o processo "Amplavisão" (similar ao CinemaScope) e é um grande batalhador pela causa do cinema nacional.
Eis em poucas linhas uma visão mais ou menos extensa da obra concreta de Paulo Sá Pinto como líder cinematográfico que ele na verdade o é, numa cidade que o recebeu de braços abertos, há alguns anos atrás, e onde, mercê de seu trabalho, tenacidade e espírito de iniciativa, pôde prosperar e mostrar do quanto é capaz.
Este cinematografista de escol ("elite") vem de ser homenageado e Cine Reporter na pessoa de seu diretor e fundador, jornalista Antenor Teixeira, fez questão de presenciar a homenagem.
Num fim de tarde (eram pelo nosso relógio exatamente 5h30 de uma tarde bonita em plena São Paulo), no passado dia 13 de junho, no salão do cine Comodoro (um dos cinemas da cadeia de exibição comandada por Paulo Sá Pinto), tendo a assisti-la convidados ilustres e numerosos amigos do não menos ilustre homenageado, os diretores da Sociedade Geográfica Brasileira fizeram a entrega a Paulo Sá Pinto da Medalha "Marechal Rondon", honraria das mais caras e que somente é conferida às mais destacadas personalidades brasileiras da atualidade.
Cine Reporter pelo seu diretor, pôde sentir, ao longo da solenidade, quanto é querido Paulo Sá Pinto, então abraçado pelos amigos, todos com indisfarçável satisfação pela justiça da homenagem naquela tarde prestada a um homem que muito a mereceu.
Das mãos do Sr. Silvio Natividade, diretor-secretário da Sociedade Geográfica Brasileira, o Sr. Paulo Sá Pinto recebeu a sua Medalha "Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon", em meio aos aplausos da seleta assistência.
Para provar que era possuído de intensa emoção naquele instante glorioso de sua vida, o Sr. Paulo Sá Pinto bastaria dizer, como disse, tão comovedoras palavras de agradecimento, num discurso brilhante do qual fazemos questão de revelar alguns dos mais marcantes trechos:
"Pedi para receber a Medalha 'Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon', no meu ambiente de trabalho: um cinema. E assim o fiz, porque, devo proclamá-lo com toda a sinceridade, este prêmio eu o recebo envaidecido como se fora dado, não só a mim, mas a toda a família cinematográfica brasileira, cuja alta missão social cumprida com perseverança, a faz, inegavelmente, credora da admiração de nosso povo".
E mais adiante encerrou com estas palavras calorosas: "Hei de honrar esta Medalha. Porque assim o fazendo, tornar-me-ei mais digno da classe dos cinematografistas e estarei honrando a memória do nome tutelar do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, guia de um Brasil que confia em si mesmo, que caminha seguro para o seu destino de ser uma potência mundial, porque é a Terra da Liberdade e de homens de valor e que tem a conduzi-la gigantes como o Marechal Rondon".
Mais informações sobre Paulo Sá Pinto neste blog:
Grandes empresários da exibição cinematográfica: Paulo Sá Pinto
Lembrando Paulo Sá Pinto
O cine Comodoro
Paulo Sá Pinto com a Medalha "Marechal Rondon". |
Para nós de Cine Reporter é sempre motivo de satisfação falar de Paulo Sá Pinto e toda vez que a missão de jornalista nos leva a escrever sobre ele, devemos fazer referências à sua lhaneza de trato ("que expressa sinceridade"), seus inegáveis dotes de cavalheiro e principalmente sua dedicação ao ramo de negócio que o alçou em pouco tempo para um dos postos principais da empresa que leva seu nome e que é, indubitavelmente, uma das conquistas mais caras da cinematografia brasileira, principalmente da cinematografia bandeirante.
A Empresa Paulo Sá Pinto com que costumamos designar as empresas cinematográficas "Sul" e "Paulista", nestes últimos anos, vem experimentando uma evolução em ponto grande e a devem a esse dínamo de trabalho e descortínio ("perspicácia") comercial que é Paulo Sá Pinto. Por outro lado, o público muito lhe deve pelas magníficas casas de espetáculos que ele soube plantar em solo paulista, dotando a nossa Capital de cinemas que o honram como grande centro de diversões da América do Sul, além de ser, como é lugar comum dizermos sempre, a Capital do cinema do Brasil. De há muito São Paulo tomou a dianteira e é em suas principais artérias que estão plantados os cinemas dignos de maior menção. Muitos desses cinemas nasceram da inspiração e do espírito de iniciativa desse moço que é Paulo Sá Pinto, que entrou para a cinematografia com a chama sagrada de um ideal que os anos mais solidificam. Hoje, ao olhar para trás, ele pode ver, com orgulho, que foi semeado ao longo do caminho percorrido, cinemas que procurados por um público incalculável, cumprem sua missão de entreter.
Toda a obra de Paulo Sá Pinto, dentro e fora da cinematografia, tem sido também a de semear boas amizades. No próprio cinema nacional ele conta com admiradores certos que ainda confiam no muito que ele pode fazer em prol de nossa cinematografia no ramo da produção. Embora suas iniciativas nesse setor sejam esporádicas, sempre há que acentuar o valor da bilheteria e mesmo artístico das películas que contaram com sua participação direta. E um dos últimos trabalhos do gênero foi bem uma demonstração de que Paulo Sá Pinto é um produtor nato e bem quisermos que ele prosseguisse nesse setor de atividade. Todos estão lembrados do sucesso artístico e de bilheteria de "Ai vêm os cadetes", o filme produzido por Paulo Sá Pinto e realizado por Primo Carbonari, o homem que descobriu o processo "Amplavisão" (similar ao CinemaScope) e é um grande batalhador pela causa do cinema nacional.
Carbonari (de branco) apresenta o "Amplavisão" no cine República, em 25/01/1956. |
Eis em poucas linhas uma visão mais ou menos extensa da obra concreta de Paulo Sá Pinto como líder cinematográfico que ele na verdade o é, numa cidade que o recebeu de braços abertos, há alguns anos atrás, e onde, mercê de seu trabalho, tenacidade e espírito de iniciativa, pôde prosperar e mostrar do quanto é capaz.
Este cinematografista de escol ("elite") vem de ser homenageado e Cine Reporter na pessoa de seu diretor e fundador, jornalista Antenor Teixeira, fez questão de presenciar a homenagem.
Num fim de tarde (eram pelo nosso relógio exatamente 5h30 de uma tarde bonita em plena São Paulo), no passado dia 13 de junho, no salão do cine Comodoro (um dos cinemas da cadeia de exibição comandada por Paulo Sá Pinto), tendo a assisti-la convidados ilustres e numerosos amigos do não menos ilustre homenageado, os diretores da Sociedade Geográfica Brasileira fizeram a entrega a Paulo Sá Pinto da Medalha "Marechal Rondon", honraria das mais caras e que somente é conferida às mais destacadas personalidades brasileiras da atualidade.
Cine Reporter pelo seu diretor, pôde sentir, ao longo da solenidade, quanto é querido Paulo Sá Pinto, então abraçado pelos amigos, todos com indisfarçável satisfação pela justiça da homenagem naquela tarde prestada a um homem que muito a mereceu.
Das mãos do Sr. Silvio Natividade, diretor-secretário da Sociedade Geográfica Brasileira, o Sr. Paulo Sá Pinto recebeu a sua Medalha "Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon", em meio aos aplausos da seleta assistência.
Para provar que era possuído de intensa emoção naquele instante glorioso de sua vida, o Sr. Paulo Sá Pinto bastaria dizer, como disse, tão comovedoras palavras de agradecimento, num discurso brilhante do qual fazemos questão de revelar alguns dos mais marcantes trechos:
"Pedi para receber a Medalha 'Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon', no meu ambiente de trabalho: um cinema. E assim o fiz, porque, devo proclamá-lo com toda a sinceridade, este prêmio eu o recebo envaidecido como se fora dado, não só a mim, mas a toda a família cinematográfica brasileira, cuja alta missão social cumprida com perseverança, a faz, inegavelmente, credora da admiração de nosso povo".
E mais adiante encerrou com estas palavras calorosas: "Hei de honrar esta Medalha. Porque assim o fazendo, tornar-me-ei mais digno da classe dos cinematografistas e estarei honrando a memória do nome tutelar do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, guia de um Brasil que confia em si mesmo, que caminha seguro para o seu destino de ser uma potência mundial, porque é a Terra da Liberdade e de homens de valor e que tem a conduzi-la gigantes como o Marechal Rondon".
Mais informações sobre Paulo Sá Pinto neste blog:
Grandes empresários da exibição cinematográfica: Paulo Sá Pinto
Lembrando Paulo Sá Pinto
O cine Comodoro