Por Antonio Ricardo Soriano.
Breve histórico :
Com capacidade para 400 lugares, o Bijou Theatre ficava na então Rua São João - na década seguinte transformada em avenida -, na altura de onde foi erguido posteriormente o Cinema Central, depois, nesse trecho, cruzando com a Avenida São João, passou a Avenida Prestes Maia e hoje se encontra o Vale do Anhangabaú.
O endereço já tinha tradição para o entretenimento. Em 1898, ali funcionava um boliche, que depois virou um teatrinho, o Eden Theatro.
Então os empresários Francisco Serrador e Antônio Gadotti transformaram o espaço para receber, exclusivamente, exibições cinematográficas. Inaugurado em 16/11/1907, o Bijou Theatre contava com 15 ventiladores e um requintado botequim. A trilha sonora dos filmes era garantida pelo acompanhamento de um sexteto. Durante a semana, as sessões ocorriam às 18h30. Aos domingos, às 13h30 e às 19h30. Naquela época, os filmes eram curtos, de pouco mais de 10 minutos. Em média, uma sessão mostrava cinco filmes. A maior parte da produção vinha da Europa - cerca de dois terços do total. O restante era norte-americana.
"A Dama das Camélias", "Macbeth", "Raio de Luz Libertador", "O Fim do Mundo" e "Sevilhasão", alguns dos filmes que estrearam na cidade na tela da Rua São João.
Com o Bijou, Serrador se transformou em um grande empresário do entretenimento. Ele já era um conhecido distribuidor de filmes e exibidor ambulante em São Paulo. Então passa a ser um empresário com diversas filiais, montando uma rede de cinemas - que chegou a ter 35 unidades, em diversas cidades do país.
No início dos anos 1910, o Bijou Theatre ganhou um anexo, o Bijou Salão, dobrando sua capacidade total de público para 800 pessoas. Mesmo com tanto glamour, o fim estava próximo. Com a reforma do Vale do Anhangabaú e da Avenida São João, o Bijou foi condenado pelo progresso. Acabou demolido no fim de 1914.
Francisco Serrador (1872-1941)
O empresário espanhol foi proprietário de hotéis, cassinos, teatros e cinemas em várias cidades do Brasil. Além de São Paulo, morou em Curitiba e no Rio. É considerado o responsável por trazer ao Brasil o hábito de comer cachorro-quente, uma vez que o lanche era vendido em seus cinemas.
Curiosidades do Bijou Theatre :
Exibiu o "Cinematógrafo Cantante", a partir de 1909.
Exibiu uma importante fita nacional de grande metragem em 23/09/1912: "1400 contos" ou "O caso dos caixotes", filme nacional de Paulinho Botelho, da fábrica "Brasil Film".
Em 1914, o prédio foi demolido, para a construção do prédio que abrigava o Cinema Central, que por sua vez foi demolido em 1947.
O jornal "O Comércio de São Paulo", de 17/11/1907, noticiou :
"Inaugurou-se ontem esta nova casa de espetáculos - o antigo Eden-Theatre - completa e luxuosamente reformado. Realizou-se por essa ocasião, exibição especial do Cinematógrafo Richebourg, para a imprensa e convidados. Em seguida, o empresário Francisco Serrador, que explorará esse gênero de diversões naquele elegante teatrinho, ofereceu a todas pessoas presentes fina mesa de doces"
"Hoje, no Bijou-Theatre, há dois espetáculos por sessões, um a 1 hora e meia da tarde, e outro às 7 e meia da noite".
Com capacidade para 400 lugares, o Bijou Theatre ficava na então Rua São João - na década seguinte transformada em avenida -, na altura de onde foi erguido posteriormente o Cinema Central, depois, nesse trecho, cruzando com a Avenida São João, passou a Avenida Prestes Maia e hoje se encontra o Vale do Anhangabaú.
O endereço já tinha tradição para o entretenimento. Em 1898, ali funcionava um boliche, que depois virou um teatrinho, o Eden Theatro.
Então os empresários Francisco Serrador e Antônio Gadotti transformaram o espaço para receber, exclusivamente, exibições cinematográficas. Inaugurado em 16/11/1907, o Bijou Theatre contava com 15 ventiladores e um requintado botequim. A trilha sonora dos filmes era garantida pelo acompanhamento de um sexteto. Durante a semana, as sessões ocorriam às 18h30. Aos domingos, às 13h30 e às 19h30. Naquela época, os filmes eram curtos, de pouco mais de 10 minutos. Em média, uma sessão mostrava cinco filmes. A maior parte da produção vinha da Europa - cerca de dois terços do total. O restante era norte-americana.
"A Dama das Camélias", "Macbeth", "Raio de Luz Libertador", "O Fim do Mundo" e "Sevilhasão", alguns dos filmes que estrearam na cidade na tela da Rua São João.
Com o Bijou, Serrador se transformou em um grande empresário do entretenimento. Ele já era um conhecido distribuidor de filmes e exibidor ambulante em São Paulo. Então passa a ser um empresário com diversas filiais, montando uma rede de cinemas - que chegou a ter 35 unidades, em diversas cidades do país.
No início dos anos 1910, o Bijou Theatre ganhou um anexo, o Bijou Salão, dobrando sua capacidade total de público para 800 pessoas. Mesmo com tanto glamour, o fim estava próximo. Com a reforma do Vale do Anhangabaú e da Avenida São João, o Bijou foi condenado pelo progresso. Acabou demolido no fim de 1914.
Francisco Serrador (1872-1941)
O empresário espanhol foi proprietário de hotéis, cassinos, teatros e cinemas em várias cidades do Brasil. Além de São Paulo, morou em Curitiba e no Rio. É considerado o responsável por trazer ao Brasil o hábito de comer cachorro-quente, uma vez que o lanche era vendido em seus cinemas.
Curiosidades do Bijou Theatre :
Exibiu o "Cinematógrafo Cantante", a partir de 1909.
Exibiu uma importante fita nacional de grande metragem em 23/09/1912: "1400 contos" ou "O caso dos caixotes", filme nacional de Paulinho Botelho, da fábrica "Brasil Film".
Em 1914, o prédio foi demolido, para a construção do prédio que abrigava o Cinema Central, que por sua vez foi demolido em 1947.
O jornal "O Comércio de São Paulo", de 17/11/1907, noticiou :
"Inaugurou-se ontem esta nova casa de espetáculos - o antigo Eden-Theatre - completa e luxuosamente reformado. Realizou-se por essa ocasião, exibição especial do Cinematógrafo Richebourg, para a imprensa e convidados. Em seguida, o empresário Francisco Serrador, que explorará esse gênero de diversões naquele elegante teatrinho, ofereceu a todas pessoas presentes fina mesa de doces"
"Hoje, no Bijou-Theatre, há dois espetáculos por sessões, um a 1 hora e meia da tarde, e outro às 7 e meia da noite".