Por Osmar Mendes Junior
No ensolarado domingo, mais exatamente nas primeiras horas do dia, após uma noite de sono tranqüila e uma substanciosa refeição matinal, eu tive a ousadia de ligar o computador para consultar os meus perfis nas duas mais concorridas redes sociais da Internet: o "Twitter" e o "Facebook". Eu deveria ter aproveitado aquela bela e clara manhã de verão para realizar algo mais interessante, como uma saudável caminhada pelas ruas do meu bairro, mas não resisti aos apelos dessa maquininha infernal que se instalou definitivamente na minha existência. Então, uma animada conversa que se desenvolvia entre os meus amigos do Facebook chamou a minha atenção pelo assunto palpitante que tratava: o triste sumiço dos cinemas de rua na cidade de São Paulo. Lamentava-se o fato daquelas simpáticas salas, que um dia enfeitavam e coloriam ruas, alamedas, praças e avenidas, terem sido transformadas em frios estabelecimentos comerciais, em feios e improvisados estacionamentos ou em tenebrosos e suspeitos templos religiosos, que assustam as suas obedientes plateias com ameaças de punições para pecados inevitáveis.
Os “Windsors”, os “Brasílias”, os “Normandies”, os “Jussaras” e os “Ritz” e tantos outros já não existem mais. É triste, mas essa é a dura verdade! Aquelas salas cheias de glamour, onde moravam o sonho e a imaginação e que, antes da chegada da televisão no Brasil, tantas alegrias proporcionaram para os paulistanos nas décadas de quarenta, cinqüenta e sessenta do século passado agora fazem parte de doces e históricas recordações manifestadas em bate-papos nas redes sociais. Eu disse televisão? Pois foi exatamente na televisão que uma saudosa sala paulistana de cinema teve o seu dia de glória. Foi em 17 de abril de 1966, há 45 anos. O cinema se chamava “Universo” (veja o que restou da fachada dele na foto acima), ficava em uma galeria no número 360 da Avenida Celso Garcia, no Bairro do Brás, e tinha duas características que lhe davam grande destaque no mundo da cinelândia brasileira: uma imensa plateia com 4.324 lugares que lhe conferia o status de ser a maior do Brasil e um incrível teto móvel que se transformava em gigantesca clarabóia em noites de calor, conforme você pode conferir na foto abaixo.
Os “Windsors”, os “Brasílias”, os “Normandies”, os “Jussaras” e os “Ritz” e tantos outros já não existem mais. É triste, mas essa é a dura verdade! Aquelas salas cheias de glamour, onde moravam o sonho e a imaginação e que, antes da chegada da televisão no Brasil, tantas alegrias proporcionaram para os paulistanos nas décadas de quarenta, cinqüenta e sessenta do século passado agora fazem parte de doces e históricas recordações manifestadas em bate-papos nas redes sociais. Eu disse televisão? Pois foi exatamente na televisão que uma saudosa sala paulistana de cinema teve o seu dia de glória. Foi em 17 de abril de 1966, há 45 anos. O cinema se chamava “Universo” (veja o que restou da fachada dele na foto acima), ficava em uma galeria no número 360 da Avenida Celso Garcia, no Bairro do Brás, e tinha duas características que lhe davam grande destaque no mundo da cinelândia brasileira: uma imensa plateia com 4.324 lugares que lhe conferia o status de ser a maior do Brasil e um incrível teto móvel que se transformava em gigantesca clarabóia em noites de calor, conforme você pode conferir na foto abaixo.
Foi no “Cine Universo” que o cantor Roberto Carlos, aquele que parava o calhambeque na contra-mão e queria que tudo mais fosse para o inferno, comemorou seus 25 anos de idade com um show espetacular que reuniu as maiores estrelas da “Jovem Guarda”. O agitado, barulhento e concorrido programa musical comandado pelo “Rei da Juventude” era um fenômeno de popularidade e um dos mais vistos da TV Record, que, com apenas 13 anos de existência (a emissora foi inaugurada em 23/09/1953), “roubava” os espectadores dos velhos, charmosos e simpáticos cinemas de rua, que iniciavam a fase de irreversível decadência. Coincidentemente, aquele 17 de abril de 1966 também foi um domingo ensolarado e bonito. E eu vi o show do “Brasa” de casa, com a família, na minha televisão portátil. As imagens eram transmitidas em preto e branco. Nunca mais esqueci.